quinta-feira, 7 de julho de 2011

Do que, às vezes, acaba...

    Enquanto tomava minha sopinha pra aproveitar a noite de chuva, comecei a pensar sobre como é verdade que quando o tempo das coisas terminam é bobagem continuar insistindo nelas. É como se não conseguíssemos mais agir da mesma maneira, ter as mesmas vontades. Simplesmente passou. De repente, o poster do Cristian Fitipaldi* não está mais colado no seu quarto. Você para de assinar uma revista. Troca as sandálias rasteiras por saltos. Não acha mais nenhuma graça nas piadinhas que ele contava e fazia você se derreter pensando em como ele tinha um senso de humor incrível. Não se empolga mais em ir naquele restaurante que achava o máximo.

   Você muda de estilo, de papo, de cidade, de ideias, de estação. É o sinal. Sinal que a coisa boa que te prendia àquele lugar ou àquela pessoa já não está mais alí. A cidade já não te comporta. Ficou pequena demais para seus grandes sonhos. Virará roteiro de férias. A pessoa já não tem mais o mesmo brilho que antes. Não porque perdeu seu valor, mas porque parece que o que havia pra ser desfrutado ao seu lado, já se foi, não tem mais sabor.

   Não dá pra temer o que há de vir, nem muito menos se culpar por já não ter a mesma motivação pra algumas coisas. É segurança pra nós quando reconhecemos que os últimos grãozinhos da ampulheta estão caindo. É a novidade chegando. E enquanto ela ainda não vem, cabe a nós aproveitarmos tudo que temos pra viver nesse tempo. Por isso, terminarei minha sopinha, de meias nos pés, na minha cama. Quem me garante que amanhã não estarei tendo que comprar um colchão novo pra colocar em um novo lugar?


* Cristian Fittipaldi, pra quem não lembra ou não conhece, é o sobrinho de Émerson Fittipaldi e meu amor de adolescência. É, enquanto todas as minhas amigas gostavam de Polegar, Dominó, eu nutria um amor não correspondido por um corredor de automobilismo. Quando eu digo que não sou muito comum ninguém acredita kkk. Mas tudo bem. O que importa é que ele é lindo, sorria pra mim todas as manhãs lá da porta do meu guarda-roupa e só ratifica minha queda brusca por morenos.