domingo, 5 de junho de 2011

De quem é a culpa?

      

      A gente culpa o despertador quando acorda atrasada. Culpa a falta de tempo pra fazer academia pelos quilinhos a mais. Culpa o trânsito pelo stress diário. Culpa os céus pelo dia chuvoso. Culpa o chefe pelas cobranças sem fim. Culpa a indiferença do patrão pelo aumento do salário que nunca vem. Culpa a irresponsabilidade do professor pela nota baixa. Culpa a vida estressante pela doença que apareceu. Culpa o carinha que não nos ama pela indiferença com que nos trata. Culpa a amiga de não ser tão presente como deveria. 
     
      Sem perceber, a gente começa a desenvolver o hábito de sempre culpar alguém por algo e esquecemos que muitas dessas coisas dizem respeito às nossas atitudes que desencadeiam uma série de consequências. Nossa lista de cobranças começa a crescer, crescer e quando menos se espera nos tornamos refém de um sentimento mesquinho demais pra ser levado adiante.

      Demorou um pouco até a ficha cair e eu perceber que nem sempre a culpa por algumas coisas não acontecerem é do outro. Cabe a nós a responsabilidade pelas nossas vidas e por compreender que o tempo do outro pode não ser o nosso.

      Alguém não te ligar quando você esperava pode indicar indiferença, falta de consideração, mas também pode ser apenas o fato de que o outro não tem crédito no telefone, ou prefere te retornar em outro momento, quando vocês poderão conversar mais à vontade. Muitas vezes o silêncio pode indicar que aquela situação não é pra rolar e quando duas pessoas não estão na mesma vibe(sou uma pessoa atualizada tá?) não vale a pena levar adiante. Alguns interpretam o silêncio como um sinal vermelho. Na minhas experiências, alguns silêncios indicaram um enorme sinal verde de siga adiante, mas por outro caminho, pois esse não dá mais.

     Os quillinhos a mais ou a pressão alta podem ser indícios de que é tempo de dar uma desacelerada, diminuir o sal, trocar o refri por um suco. O dia chuvoso pode ser uma boa desculpa pra usar aquela blusa que a gente nunca usa pois mora em um lugar quente, ou de usar meias pra dormir, tomar um cafezinho com leite ou até ficar mais quieta, ouvindo mais o coração.

    Quanta coisa boa a gente descobre quando para de culpar os outros, as situações e a nós mesmas! Descobre que ninguém precisa ser perfeito, nem nós, e isso traz uma maravilhosa sensação de liberdade de que se alguém está perto de nós é porque quer estar e que não precisamos acertar sempre, nem exigir que os outros o façam.

    Quando a gente deixa a culpa de lado, o amor próprio cresce feito plantinha regada, e cresce feliz, com espaço pra se esparramar, pois nada nos prende, nem pesa.

    Aprendamos, então, a desenvolver uma vida e relacionamentos onde pedidos de desculpa não precisem ser feitos a cada 05 minutos, pois lá dentro de nós existe a tranquilidade de saber que algumas coisas simplesmente precisam acontecer, outras dependem de nós para mudar e o que DE FATO, VALE A PENA, SIMPLESMENTE PERMANECE, pelo tempo que tiver de ser!


     

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