Nunca gostei do Carnaval. Primeiro deve ser trauma de infância por ter sido fantasiada, quando criança, com uma temática um tanto quanto estranha. Todas as mães vestiam suas filhas de princesas, ciganas, bailarinas, até mulher maravilha, mas minha querida mãe teve a brilhante ideia de me vestir de galinha magricela. Entendo que nos anos 80 o Balão Mágico estava no auge e eu tinha mesmo o LP onde Simony e Jairzinho exaltavam a produção contínua de ovos do animal, mas me vestir de maiô e meia calça brancos e uma crista de cartolina na cabeça é o suficiente pra o trauma perdurar para todo o sempre.

   Depois, já adolescente, lembro que fui com a família passar o feriadão em uma praia fora da cidade e à noite fui a uma boate. Nunca esqueço que a primeira figura com que me deparei no meio do salão foi um indivíduo todo de vermelho, com um trident e um objeto luminoso na boca, simulando um sorriso estranho pra mim. Definitivamente, esses fatos previam que essa nunca seria minha festividade preferida.

  O que gosto mesmo é de ter 05 dias pra fazer tanta coisa que não dá muito tempo em dias normais. Costumo participar dos acampamentos da igreja e sempre vou preparando anteriormente meu coração pra tudo que pode acontecer por lá. É como se o sintonizasse na estação certa e geralmente, nesses dias, ouço coisas que me animam para bons meses de caminhada.

  Outra coisa boa dessa época é poder tirar o atraso do sono, assistir filmes, não ter horários, nem muitas filas no cinema, enfim, dá pra se aproveitar de tantas formas, cada um à sua maneira. Convido vcs, meninas, a elaborarmos nosso lema de Carnaval. Li um texto de Martha Medeiros onde ela fala assim:

 "Por isso, garçom, por favor me traga: um pudim inteiro, um sofá pra eu ver 10 espisódios do Law e Order, uma caixa de trufas bem macia e o Richard Gere embrulhado pra presente. Não necessariamente nessa ordem. Depois a gente vê como faz pra consertar o estrago."

E aí, qual seria o seu pedido?